sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ATIVIDADE Português Brasileiro em debate – Questões atuais
PROFESSOR: Luis Felipe Serpa

A aula com o Professor Luis Felippe Santos. P. Serpa,“Português brasileiro em debate – Questões atuais”. Apresenta aspectos da variação lingüística tendo como objetivo novas propostas de educação em língua portuguesa. Aborda o fenômeno da variação e suas conseqüências culturais, sociais e pedagógicas. Mostra-nos novas concepções de ensino e seus impactos com novos conceitos a serem discutidos em sala de aula. Sem duvida nenhuma o impacto dessa nova concepção de ensino é muito positivo, mas ainda há um longo caminho a ser vencido, principalmente a resistência das pessoas que são muito apegadas às concepções antigas e as práticas convencionais de ensino. Através da Sociolingüística, observo as transformações do perfil socioeconômico e cultural que afetam a língua. Mostra-nos de maneira sucinta o que realmente é variação lingüística e a necessidade de evidenciarmos que a língua é uma atividade social, um trabalho coletivo onde as pessoas interagem através da fala e da escrita. Percebemos que a variação lingüística ocorre em todos os níveis da língua e é influenciada por fatores extralingüísticos e estilísticos. Acrescenta que não existe erro na língua, pois o erro é ligado a fenômenos culturais que não interessam à Lingüística. Constatamos que normatizar a língua é criar um padrão homogêneo e critica a Gramática Tradicional que traz preconceitos sociais sustentados por intuições filosóficas. Entretanto, reconhece que a Gramática tradicional merece ser estudada e construída, desde que baseada em textos falados e escritos, portadores de um discurso coerente e não em frases soltas. Apresenta preconceitos do funcionamento da língua criados pela padronização que retira da língua sua realidade social.

Algo interessante no texto, é que, o mesmo nos mostra que a variação não é exclusiva de falantes não-escolarizados e tenta acabar com esse estigma. Explicita que a norma-padrão não é a única forma de uso da língua e reconhece as contribuições da Sociolingüística, ensinando que onde há variação sempre tem avaliação social. Relata a construção histórica da norma-padrão como um instrumento político e um produto cultural excludente e repressor. Aponta o desprezo da língua falada e a supervalorização da língua escrita.

Nada na língua é por caso: por uma pedagogia da variação lingüística apresenta, de modo compreensível e ilustrativo, os fundamentos necessários para que professores em atuação e em formação, gestores da educação e estudantes, possam abordar conceitos como variação e mudança, norma-padrão e norma culta, estigma e prestígio, letramento e oralidade — entre outros — de maneira consistente e sem as distorções que, infelizmente, aparecem com tanta freqüência em documentos oficiais, diretrizes curriculares, livros didáticos e, principalmente, nos meios de comunicação, onde imperam noções arcaicas sobre língua e linguagem que em nada contribuem para a construção de uma democracia lingüística no nosso país.

Algo que me interessou bastante e auxiliou-me na minha prática diária, foi que o livro nos traz diversas atividades práticas para se trabalhar a variação em sala de aula, com isto o livro assume um papel estritamente didático. No entanto, a aplicação do assunto na prática ainda deixa muito a desejar, haja vista o pouco embasamento teórico ou por falta de discussões e reflexões que se apóiem nos postulados da Sociolingüística. Através da leitura do livro vejo o quanto de erro cometia sobre o estudo da língua e o quanto devo ainda aprender.

A partir disso fiquei diante de uma indagação. Como ensinar? E como tratar os fenômenos de variação e mudança no ensino de língua? Vejo que não é nada fácil colocar isso em prática, mas a partir desta leitura percebo que temos algumas possibilidades que seriam: ignorar as contribuições da lingüística e continuar ensinando a gramática normativa, como a única forma certa de usar a língua; substituir totalmente a antiga noção de “erro” pelos conceitos de variação e mudança; ou conciliar as duas perspectivas, em benefício da formação do aluno. Percebo que esta ultima proposição é a mais correta, pois conseguindo conciliar e adequar os conhecimentos lingüísticos e ao mesmo tempo reconhecemos que a sociedade não é regida pelo discurso científico.



Um comentário:

Sule disse...

MUito bom Cris! A idéia é justamente isso.. Refletir sobre as constribuições e construção do conhecimento para vc e para a educação de Tapirammutá!

bjinhos
Sule